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Mostrando postagens de novembro, 2019

o 20 e a evasão do racismo à brasileira

[artigo  publicado originalmente em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2019/11/ronald-augusto-o-fim-de-novembro-e-a-evasao-do-racismo-a-brasileira-ck3k501jh00yn01ll4cbxrzuf.html ] Vinte de novembro e a evasão do racismo à brasileira Ronald Augusto [1] No início de novembro postei em minha página do F acebook o seguinte comentário: estamos no mês em que o Brasil finge dar atenção aos desejos e lutas de sua população negra. O sentido da ironia não visava deprimir o ânimo de uns, nem desprezar a empatia de outros em relação ao combate que deve ser movido contra o racismo institucional e individual. Pelo contrário, o interesse era afirmar que devemos pensar a mobilização antirracista como um imperativo moral ao problema estruturante de nossa formação e não apenas registrar uma efeméride sentimental por meio da qual se tenta purgar o trauma racial em que brancos e negros estão implicados, estes como vítimas, aqueles como patrocinadores (indiferente

A explicação no lugar da voz

A explicação no lugar da voz Ronald Augusto [1] A motivação para esse texto nasce de uma postagem [2] do poeta Heitor F erraz em sua página do Facebook a propósito de reportagem publicada no G1 sobre o Prêmio UBC 2019 [3] , con ferido ao compositor Milton Nascimento. Mauro Ferreira, blogueiro do portal, assina a matéria em que defende a posição segundo a qual a arte de Milton Nascimento “é tão grande que nem cabe explicação”. Na opinião do jornalista, durante o evento de premiação, nenhum amigo ou parceiro de Milton deu conta de explicar a grandeza divina dessa obra “vinda ninguém sabe de onde”. De outra parte, Heitor Ferraz questiona – e com razão, pois tudo na reportagem soa irritantemente laudatório – a visão sacralizadora e demasiadamente reificada sobre a arte de Milton Nascimento. O poeta salta para o campo oposto e argumenta que tal concepção acomoda “a cultura negra no campo dos milagres”. Para Ferraz, Milton “tem a voz da escravidão brasileira, voz que vem da