O artista de segunda categoria se submete tanto aos elogios quanto à opinião ruim ou desvantajosa a respeito do seu trabalho. Mas este artista, todavia, não desceu até o mais baixo tanto quanto um seu equivalente insiste em fazê-lo, e sem desprezar alguma perícia nesse exercício. Refiro-me, aqui, ao representante daquela classe de artistas cuja vulgaridade já não se importa mais com as alternativas dos elogios e das opiniões desfavoráveis que sua obra ocasionalmente venha a suscitar. Pois esse consumado artista medíocre do nosso tempo se socorre antes das eventuais somas em dinheiro oferecidas pelos prêmios e da publicidade decorrente, do que de um reconhecimento estético adjacente a um julgamento crítico devotado ao seu trabalho, seja feito pelo público em geral, seja feito por um conjunto de especialistas que, para a saúde de todos, sempre serão questionados e questionáveis. * Escena II Lope de Vega, 1562-1635 Leonelo [...] Ma
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.