Pular para o conteúdo principal

lira dos cinquent'anos



Vamos acomodar algumas melancias nessa carroça da crítica de cultura: Micheal Jackson foi um gênio da música pop, a mais desbragada. Sua performance, na totalidade musical, corporal e vocal que a constitui, vem de uma linhagem motown que jamais recusou o viés da escola entertainer sobre a qual se assenta toda a atitude cultural norte-americana. O qualificativo de medíocre lançado, eventualmente, contra o caçula do quinteto dos Jacksons, cheira à coisa de intelectual "fuckfurtiano", mesmo.

Comentários

Anônimo disse…
pois é, ele se foi..."Cantou a solidão, a salamandra/e um cavalo e um cavaleiro de barro/carmesim. E teve amor ao medo e à centelha/ que o fez cantar assim" (H.Hist)
q coincidência poet...erika
Cândido Rolim disse…
sob a marcação cerrada de hienas de fraque e calculadora, o cara conseguiu dançar e cantar, mantendo uma arriscada inquietação que a muitos soou como camaleônica e vil. talentoso Michael, de finos momentos.
Cândido.
Juliana Meira disse…
acompanho os comentários acima, Ronald.
salve salve Michael!

Postagens mais visitadas deste blog

oliveira silveira, 1941-2009

No ano de 1995 organizei a mini-antologia Revista negra que apareceu encartada no corpo da revista Porto & Vírgula , publicação — infelizmente hoje extinta — ligada à Secretaria Municipal de Cultura e dedicada às artes e às questões socioculturais. Na tentativa de contribuir para que a vertente da literatura negra se beneficiasse de um permanente diálogo de formas e de pontos de vista, a Revista negra reuniu alguns poetas com profundas diferenças entre si: Jorge Fróes, João Batista Rodrigues, Maria Helena Vagas da Silveira, Paulo Ricardo de Moraes. Como ponto alto da breve reunião daqueles percursos textuais, incluí alguns exemplares da obra do poeta Oliveira Silveira. Gostaria, agora, de apenas citar o trecho final do texto de apresentação que à época escrevi para a referida publicação: “Na origem todos nós somos, por assim dizer, as ramificações, os desvios dessa complexa árvore Oliveira. Isto não nos causa o menor embaraço, pelo contrário, tal influência nos qualifica a...

O prazer da leitura tripla

  Lendo Ronald Augusto Poesia de poeta “experimental” convida ao prazer da leitura tripla por Paulo Damin, escritor, professor e tradutor em Caxias do Sul. “Polêmico”, disse uma colega professora, quando o Ronald passou por Caxias, tempos atrás. Deve ser porque ele é um filósofo. Ou porque comentou a falta que a crítica faz pra literatura. Ou então porque o Ronald escreve versos “experimentais”, ou mesmo experimentais sem aspas. As ideias dele sobre crítica e literatura são fáceis de encontrar. Tem, por exemplo, uma charla literária que fizemos com ele, neste link . O que vim fazer é falar sobre ler os poemas do Ronald Augusto. Sabe aquela história de que é mais importante reler do que ler? Esse é o jogo na obra poética dele. Minha teoria é que todo poema do Ronald deve ser lido pelo menos três vezes. Na primeira, a gente fica com uma noção. Que nem entrever alguém de longe na praia, ou na cerração. A gente pensa: é bom isso, entendi. Vou ler de novo pra entender melhor umas coisa...

duas questões sobre Oliveira Silveira

[Oliveira Silveira no Mercado Público de Porto Alegre] Essas duas questões me foram apresentadas pelo poeta e jornalista José Weis. Devem ser ou já foram publicadas em algum lugar. Publico-as aqui também. Bom proveito. *   José Weis: A recente "descoberta" de autores como Conceição Evaristo, Jeferson Tenório e Itamar Vieira Júnior, pode ser considerada como um legado da luta de pessoas como Oliveira Silveira?   Ronald Augusto: Os escritores mencionados compõem uma parte do que entendemos ser hoje uma tradição negra na literatura brasileira ou, ao menos, são representantes de uma produção comprometida com a luta antirracista, coisa antes impensável quando levamos em consideração a história do fazer literário em nosso país. Oliveira como um poeta e intelectual negro anterior a essa geração, pode ser visto como um precursor ou como um consolidador do movimento. Mais do que como legado, a poesia de Oliveira Silveira tem que ser vista como um desafio às novas gerações, precisa...