A afirmativa de Borges segundo a qual “Para além de seu ritmo, a forma tipográfica do versículo serve para anunciar ao leitor que a emoção poética, não a informação ou o raciocínio, é o que o espera”, reforça de maneira indireta a idéia de que a mancha gráfica do poema na página já é, por si só, informação estética; já diz algo. Ruído do não-verbal no interior do verbal.
Essa relação dialética e não-excludente entre a tradição e a experimentação, sugere um aproveitamento de elementos não-verbais ou icônicos sem que, necessariamente, isto implique um rompimento com os modelos consagrados do discurso verbal.
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