Pular para o conteúdo principal

acabar-começar com o pé certo




quem ainda é quem

na literatura portoalegrense?



de ordinário

os versemakers do lugar não conhecem poesia

mas têm notícia de poetas e sabem que em outra parte há

espécimes do gênero et pour cause (mulas dissímulas) mais

os invejam do que os emulam

de quem ainda espero alguma coisa:

joão ângelo salvadori

diego grando (por 25 rua do templo)



prosadores:

enquanto os cultivadores do gênero insitirem

em atravessar (não há caminho fácil rumo às musas) as oficinas

do thomas mann sulriograndense

e do seu tedesco subtenente

os reservas manterão aquecido o mercado livreiro-editorial e

o regional de literatura estará na ordem do dia

de quem ainda espero alguma coisa:

altair martins



críticos literários:

muchos sus ignorancias imprimieron

otros en quien la baxa envidia cabe

sus locos desatinos escribieron

el ignorante

es justo que se vengue del letrado –

agora abro mão da anáfora –

dessa gente não espero nada

Comentários

Este comentário foi removido pelo autor.
Adriano disse…
Gostei, Ronald do que vi... Só não
do que não vi (poderia ser: teu nome
e (até mesmo) o meu (desconhecido) aí. Grande abraço verdadeiro. Feliz Ano Novo.
Adriano disse…
Amargo e talvez justo comentário, admirado Ronald... Mas, no mínimo, falta um nome aí: o teu, no rol dos de quem se espera mais e mais. Feliz 2011 para ti e para a poesia daqui.
Grande abraço do Adriano.
Ronald Augusto disse…
adriano, pensei em seu nome e em outros, mas cheguei a conclusão de que estava escrevendo um poema (tá, um metapoema) e que portanto ele não precisava ser justo e sequer coerente. então ficou assim, mesmo: com lacunas significantes.

mas espero bons poemas de você.
Hey, li, reli e agora deixo aqui meus rastros ao acabar-recomeçar...

trajeHistórias
pele
e tecidos

escritos para que teus leitores teOuçam, teçam novos tempos e sempre com o pé certo na Poesia e Drummond e Quintana é gol certo.

Bom confirmar tua coragem em construir verdades.

Feliz 2011!!!
Anônimo disse…
oi ronald!
que nesse ano novo possamos ver todos reunidos outra vez!
sempre é bom vir aqui, é leitura interessante e agradével na certa!

um abraço e um beijo da fã de Bnu.
;)

Postagens mais visitadas deste blog

Dá licença, meu branco!

Irene preta, Irene boa. Irene sempre de bom humor. Quem quer ver Irene rir o riso eterno de sua caveira? Parece que só mesmo no espaço sacrossanto da morte, onde deparamos a vida eterna, está permitido ao negro não pedir licença para fazer o que quer que seja. Não se pode afirmar, mas talvez Manuel Bandeira tenha tentado um desfecho ambíguo para o seu poema: essa anedota malandramente lírica oscila entre “humor negro” e humor de branco, o que, afinal de contas, representa a mesma coisa. No além-túmulo – e só mesmo aí –, não nos será cobrado mais nada. Promessa de tolerância ad eternum , e sem margens, feita por um santo branco, esse constante leão de chácara do mais alto que lança a derradeira ou a inaugural luz de entendimento sobre a testa da provecta mucama. Menos alforriada que purificada pela morte, Irene está livre de sua “vida de negro”, mas, desgraçadamente, só ela dá mostras de não ter assimilado isso ainda; quando a esmola é demais o cristão fica ressabiado. Na passagem dest

oliveira silveira, 1941-2009

No ano de 1995 organizei a mini-antologia Revista negra que apareceu encartada no corpo da revista Porto & Vírgula , publicação — infelizmente hoje extinta — ligada à Secretaria Municipal de Cultura e dedicada às artes e às questões socioculturais. Na tentativa de contribuir para que a vertente da literatura negra se beneficiasse de um permanente diálogo de formas e de pontos de vista, a Revista negra reuniu alguns poetas com profundas diferenças entre si: Jorge Fróes, João Batista Rodrigues, Maria Helena Vagas da Silveira, Paulo Ricardo de Moraes. Como ponto alto da breve reunião daqueles percursos textuais, incluí alguns exemplares da obra do poeta Oliveira Silveira. Gostaria, agora, de apenas citar o trecho final do texto de apresentação que à época escrevi para a referida publicação: “Na origem todos nós somos, por assim dizer, as ramificações, os desvios dessa complexa árvore Oliveira. Isto não nos causa o menor embaraço, pelo contrário, tal influência nos qualifica a

TRANSNEGRESSÃO

TRANSNEGRESSÃO 1              No período em que morei na cidade de Salvador, Bahia, final da década de 1980, fui procurado, certa ocasião, por uma estudante alemã que desembarcara no Brasil disposta a realizar um minucioso estudo sobre a literatura negra brasileira. A jovem estudante demonstrava grande entusiasmo diante de tudo o que se lhe apresentava. Antes de Salvador havia passado por São Paulo e Rio de Janeiro, onde conheceu, respectivamente, o genial Arnaldo Xavier e o glorioso Ele Semog. Posteriormente, estes poetas encaminharam-na a mim e a outros escritores também residentes em Salvador. Tivemos, se bem me lembro, dois ou três encontros de trabalho envolvendo entrevistas e leituras comentadas de poemas. Numa dessas reuniões, apresentei-lhe sem prévio comentário um poema caligráfico-visual. A jovem alemã, cujo nome prefiro omitir, se pôs a examinar e re-examinar aquelas traços opacos de sentido, e que, de resto, não ofereciam senão mínimos índices de informação verb