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Mostrando postagens de dezembro, 2016

A ESPESSURA OSSAMA

A ESPESSURA OSSAMA DO POEMA Ronald Augusto [1] Ossama (Letras Contemporâneas e Editora da Casa) é o novo experimento neossimbolista – prefiro esse epíteto a neobarroco como meio de aproximação à áspera poesia – de Dennis Radünz. Entenda-se “experimento” como conquista, determinação inventiva, e não como acontecimento invertebrado ou sem desdobramentos. A ossama ( puzlle perverso) textual toda empilhada; os destroços de tradições e rupturas. Pilhagem de linguagens que entranha o corpo fraturado do poema. Análogos à imagem das estátuas jacentes metaforizadas por João Cabral, os poemas de Dennis Radünz falam do rosto e do sobrerrosto, da carne e da política, da cédula e do sangue, entretanto, todo esse conjunto de cifras corrosivas, inicialmente evocativo de certa realidade, só faz a poesia de Ossama se indispor (no sentido de uma negatividade crítica) radicalmente com o real. Não há sangue em sua poesia, Dennis Radünz abole personalidade e emoção atingindo o nervo de uma li