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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

um roteiro previsível

a pesquisa no google o carnavalesco curvado sobre a escrivaninha um roteiro previsível a partir de uma bibliografia ultrapassada a súplica ao todo poderoso a escravidão o holocausto negro as focinheiras a chibata a dor a tortura uma enfiada de clichês os traços hagiográficos implicados na representação o modelo escrava isaura a sabedoria do preto velho que acolhe o moçoilo de olhos claros que amansa o feitor enquanto o redime a redenção a pasteurização do #somostodosescravos após a reforma trabalhista a ideia fraca de que o brasil (leia-se a branquesia) até hoje não sabe direito o quanto há de crueldade e assassínio nessa história (por isso tanta redundância, tanta reificação) mas onde esteve o brasil durante todo esse tempo enquanto o pior acontecia?

espiral zeosória

espiral zeosória   [poema do livro inédito Entre uma praia e outra ]                                                                                          findo abestalhado    acabado e acabo de ler zeosório blues de edimilson de almeida pereira e só presto agora para anotar passar a essas linhas um pouco da zoada que este livro   alto volume   provocou no oco da minha idéia no início (narciso ) parecia estar lendo lambendo livro-primo do meu homem ao rubro a oralidade atravessada a gramática anômala a sintaxe pé-de-chinelo (sub úrbio orbitante exorbitante) mescalino-canora mesclada a uma esgarçada algaravia roseana hummm mas essa referência assim-assim “fora de lugar” queda bastante rebatida   esfumada mesmo  ao fundo não chega (nem alcança) a pôr unhas de fora não embola a poesia de edimilson que soube   a tempo   torcer-lhe o pescoço antes o irredutivelmente pessoal de sua lingua gem ganha todos os costados do livro e