(para Cândido Rolim) Talvez tenha me faltado ser mais preciso quando afirmei, a certa altura de “Revistas literárias e seus tarados protetores”, texto há pouco publicado em http://www.sibila.com.br/batepro133revistas.html , que o tempo, ao fim e ao cabo, é que promove o estabelecimento das linhas de força das tradições - projetadas, inclusive, sobre o presente -, e baliza nossas escolhas valorativas. Não se trata de cruzar os braços. Muito menos de reforçar a chapa convencional do interlocutor que se omite frente à exigência de tornar público, ou de pôr em perspectiva, uma ponderação de valor a respeito do que quer que seja, (des)dizendo: só o tempo dirá. Talvez também seja desnecessário dizer - em todo caso, vá lá - que a menção ao “tempo” não pretende reforçar um sentido divinatório, oracular, utópico, que seguidas vezes creditamos a esse “ser de engano” de que dispomos com a presunção de ordenar o funcionamento das coisas. Assim, dentro de um sentido lato em torno à idéia de
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.