[Arnaldo Xavier, 1948-2004] O Machado de Axévier Ronald Augusto [1] Debater as condições de possibilidade de uma literatura negra e, paradoxalmente, não situá-la à margem da nossa tradição literária, como se essa produção de escritores negros aludisse a alguma forma de essencialismo, não é o que nos interessa aqui. Por outro lado, é necessário afirmar que essa literatura, além de se comprometer, o quanto possível, com a instauração de um idioleto literário, com suas linguagens, inflexões e temas irredutíveis e com os riscos decorrentes de tal empreitada, ou seja, os variados objetos poéticos enfeixados no corpo da literatura negra até agora, mais do que se constituírem em um restrito ismo , têm colocado no centro da discussão o conceito de uma literatura universal . Universalidade esta que, enquanto conceito – e do ponto de vista da vontade de estabilização de um determinado estado de coisas –, leva em seu bojo a presunção de falar sem sombra de ruído a todos os hom
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.