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Mostrando postagens de janeiro, 2009

a substância moral dos vencedores de prêmios literários

O artista de segunda categoria se submete tanto aos elogios quanto à opinião ruim ou desvantajosa a respeito do seu trabalho. Mas este artista, todavia, não desceu até o mais baixo tanto quanto um seu equivalente insiste em fazê-lo, e sem desprezar alguma perícia nesse exercício. Refiro-me, aqui, ao representante daquela classe de artistas cuja vulgaridade já não se importa mais com as alternativas dos elogios e das opiniões desfavoráveis que sua obra eventualmente venha a suscitar. Pois esse consumado artista medíocre do nosso tempo se socorre antes das gordas somas em dinheiro oferecidas pelos prêmios e da publicidade decorrente do que de um reconhecimento estético adjacente a um julgamento crítico devotado ao seu trabalho quer seja feito pelo público em geral, quer seja por um conjunto de especialistas que, para a saúde de todos, sempre serão questionados e questionáveis. Se, na condição de vencedor — e agora o nosso sujeito afivela a máscara do escritor —, o seu

oliveira silveira, 1941-2009

No ano de 1995 organizei a mini-antologia Revista negra que apareceu encartada no corpo da revista Porto & Vírgula , publicação — infelizmente hoje extinta — ligada à Secretaria Municipal de Cultura e dedicada às artes e às questões socioculturais. Na tentativa de contribuir para que a vertente da literatura negra se beneficiasse de um permanente diálogo de formas e de pontos de vista, a Revista negra reuniu alguns poetas com profundas diferenças entre si: Jorge Fróes, João Batista Rodrigues, Maria Helena Vagas da Silveira, Paulo Ricardo de Moraes. Como ponto alto da breve reunião daqueles percursos textuais, incluí alguns exemplares da obra do poeta Oliveira Silveira. Gostaria, agora, de apenas citar o trecho final do texto de apresentação que à época escrevi para a referida publicação: “Na origem todos nós somos, por assim dizer, as ramificações, os desvios dessa complexa árvore Oliveira. Isto não nos causa o menor embaraço, pelo contrário, tal influência nos qualifica a