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Mostrando postagens de agosto, 2013

vá de retro, hagiologia!

a poesia não é salvação de nada, primeiro porque não é feita por santos, mas por homens e mulheres precários;  só quem acreditava nisso era o leminski e os que, ultimamente, vêm escrevendo sua hagiografia; por outro lado se admitirmos que ela é salvação, ela só o será à revelia do que diz, por exemplo, guimarães rosa, isto é, à revelia de que o que de fato existe é tão-só "homem humano", essa coisa limitada e frágil, espremida entre os sentidos e a técnica; e não vejo como a poesia pode ser algo fora da figura do humano e suas contradições; acho que ligar a poesia ao tópico da salvação significa encarecer apenas uma das possibilidades de relacionamento com ela e as demais formas de arte; a poesia será salvação (placebo) para quem, em função do desejo ou do desespero, a quiser como salvação. eu também já depositei confiança nessa crença de que a poesia tornaria a vida suportável ou tolerável, mas, se olharmos de perto, vamos verificar que podemos nos servir de qualquer co