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Mostrando postagens de setembro, 2014

nosso linchamento não tem fim

Antes da estreia da série pessoas de boa vontade diziam "calma, vamos esperar a série começar... vocês estão criticando apenas o título... não conhecem o conteúdo..." etc etc. Pode ser. Agora, corta para uma cena da chamada de "Sexo e as Negas": vemos uma das personagens, ela trabalha em um restaurante e conduz alguns homens brancos, bem trajados e arrogantes, até a mesa, um deles pede uma carne bem passada, bem escura ou preta, que é como ele gosta e olha de pronto para a "nega", ela percebe a "indireta" e retruca, como se engendrasse uma resposta genial ou malandra, assim: "então eu vou pedir ao fulano (um garçom negro, alto e avantajado) que atenda o senhor, pois ele vai lhe dar certamente o que o senhor deseja..." (faz um olhar cheio de significados). A cena é mais ou menos assim. Pois esse é o nível do texto do Falabella. Os negros sempre sujeitos a trocadilhos de mau gosto, sua genitália usada tanto em vista do gozo, qua

QUEM MANDOU GOSTAR DOS POEMAS DA ELISA LUCINDA

Sempre achei os poemas da Elisa Lucinda muito chatos e algo afetados. A rigor nem são poemas, mas textos onde rimas aparecem como penduricalhos e que são ditos (com competência) por uma boa atriz, só isso. Ainda que esse preâmbulo não tenha a ver, ao menos aparentemente, com o assunto do meu comentário, me pareceu oportuno fazer a menção, pois ele dá um colorido especial tanto ao que vem a seguir, quanto ao seu fecho. Não faz muito a atriz postou em seu perfil no facebook um texto em defesa do ator e diretor Miguel Falabella e do tal seriado "Sexo e as negas" do qual Falabella é o idealizador. De forma bem sucinta pretendo comentar alguns tópicos do arrazoado de Elisa Lucinda. Então vejamos. A defesa da atriz invoca, em primeiro lugar, a necessidade de espaço para os atores negros (mas a que custo?) na TV e na teledramaturgia brasileiras. Até aí tudo bem, todos já estamos cansados de assistir atores negros fazendo papel de negro, como se não fossem talhados para outr

tudo o que eu queria dizer e disse

fico aqui pensando (e me sentindo pagado): que oportunidade de ouro teríamos perdido se o aranha ficasse calado. um médico cuidando de um criança é um médico cuidando de uma criança. um médico branco cuidando de uma criança negra ainda é um médico cuidando de uma criança. o mesmo vale para um médico negro cuidando de uma criança branca. por que uma semelhante cena (ainda que por um absurdo levássemos em conta as variações) teria alguma coisa a ver com racismo ou serviria de prova de racismo ou não-racismo seja da parte do médico, seja da parte da criança? ainda a propósito dos últimos acontecimentos, duas pérolas sobre a indiferença da sociedade com relação ao racismo: (1) "ela já não sofreu o bastante?"; e (2) "pegaram o grêmio pra cristo". alguém me explique, por favor, o que significa toda essa onda reversa de compaixão para com a moça racista que chamou o goleiro aranha de macaco que, aliás, não é colorado... o "sofrimento" dela parece c