Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2021

A perpetuação do racismo implícito que ofende sem ofender

  A perpetuação do racismo implícito que ofende sem ofender Ronald Augusto [1]   O verso “povo que não tem virtude acaba por ser escravo” serve à maravilha às formas ambíguas das práticas racistas, pois ao contrário do racismo às claras ou explícito, esse verso ofende sem ofender. Se é verdade que povos escravizados não são necessariamente destituídos de virtude ou bravura (e podemos concordar nesse ponto), então mais indefensável se apresenta o significado da passagem do hino gaúcho. A condição de escravizado, ou de um povo sujeitado à força, é complexa e não se pode afirmar que essa condição indica um grupo sem valor, sem capacidade de reação. Recentemente assisti a uma entrevista do pensador Silvio Almeida onde a certa altura um dos interlocutores (um jornalista negro) comentava que de acordo com sua lembrança os pais infelizmente nunca lhe falaram com franqueza a respeito do racismo, o assunto parecia ser negado ou empurrado para debaixo do tapete. O jornalista entendeu que