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Mostrando postagens de agosto, 2014

O sismo de Anatomia da pedra & tsunamis

Ronald Augusto [1]   No poema “Arte de amar” Manuel Bandeira afirma que “os corpos se entendem, mas as almas não”. Bandeira vislumbra tal desfecho para o poema porque simplesmente as almas são incomunicáveis e só encontram satisfação em Deus. O pano de fundo é nietzschiano. Bandeira propõe a reversão moral da consagrada antinomia entre corpo e alma no interior do pensamento ocidental. O poeta trata o corpo com uma profunda compaixão. Mas o estilo da suspeição que Nietzsche nos legou também se projeta sobre a metáfora do corpo. Qualquer corpo, hoje, já não é mais aquele sugerido no poema modernista. Anatomia da pedra & tsunamis , em certa medida, faz alusão a esses dilemas. Mas antes de seguir com essa leitura, preciso abrir um parêntese. Ainda que Rubens da Cunha, em seu prefácio, nos faculte a suposta chave léxica ao sentido da obra, a saber, que entre suas capas se encontram poemas nascidos ou motivados a partir do trágico terremoto ocorrido no Haiti em 2010, aind