Heráclito Meu propósito, nesse breve comentário [1] , é, a partir de algumas referências avançadas por Edward Hussey no ensaio “Heráclito” (em Primórdios da Filosofia Grega ), a propósito da forma do pensamento heraclitiano, chamar a atenção para a presença de aspectos da linguagem de Heráclito no trabalho poético-crítico de três autores fundamentais da tradição moderna e contemporânea da poesia, a saber, T. S. Eliot, Octavio Paz e Haroldo de Campos. Desde logo aviso ao leitor que o texto é incompleto e, em alguns momentos, não esconde seu caráter de esboço ou de rascunho. De saída é curioso notar, marginalmente, que embora Parmênides – também um pré-socrático como Heráclito – tenha materializado suas teses filosóficas em versos, isto é, tenha penetrado, pelo menos aparentemente, mais no terreno da poesia do que o próprio Heráclito (pois, ao que parece, Heráclito escreveu exclusivamente em prosa), no entanto, foi justamente a linguagem heraclitiana, ao contrário do qu...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.