decupagens assim por Roberto Amaral [1] ronald espraia sua verve crítica, acurada e apurada, do ensaio a polêmicas artísticos-culturais, da prosa à música, da poesia a pintura, com, inclusive (pasme-se), uma imersão na arquitetura, e faz isso brioso e ciente, b em distante da timidez com que o incauto enfrentaria tais assuntos. o cara diz o que diz porque o cara tem rodagem e voltagem. claro que senti falta de uma palavra sobre a forma artística das mais apreciadas pelo ronald, o cinema, conforme o título de seu livro de ensaios sugeria metaforicamente (decupagem: planejamento da filmagem, a divisão de uma cena em planos e a previsão de como estes planos vão se ligar uns aos outros por meio de cortes), mas é certo que ele deve estar urdindo algo a respeito. sem dar moleza ao leitor (‘Quando o poeta resolve escrever crítica, prefácios, ensaios, etc., ele não tem a pretensão de socorrer o leitor’) usa de uma linguagem que o obriga a percorrer de cima a baixo os seus, o...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.