Não sei se o caminho ou o espaço da atividade crítica será em definitivo o da internet, digamos apenas (de um modo bem cauteloso) que, neste momento, é aí que ela tem se manifestado de maneira mais avassaladora e complexa. Por outro lado, quando o jornal e o jornalismo – tidos e havidos até há pouco como as plataformas da intervenção crítica – disputam o qualificativo “barato”, na esperança de falar o mais rente possível aos desejos dos seus leitores, o resultado imediato é a depreciação da possibilidade de alguma forma de análise. O fato de a internet (blogs e redes sociais) ser um território, em certa medida, mais democrático ou anárquico, parece dar margem tanto para a mais destemperada opinião de seguidores do que quer que seja, quanto para a viabilidade de um pensamento crítico, vamos dizer assim, não tutelado. O interessante é que o juízo crítico nunca cessa; queiramos ou não sempre iremos topar maus, bons ou excelentes críticos e escritores. Não posso afirmar se essa m...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.