Hingo Weber apresenta menos ao mercado livreiro-editorial do que ao pensamento contemporâneo a sua tradução - e o suplemento de um acurado estudo - de O Príncipe de Maquiavel. Com efeito, não se trata de “mais uma” tradução a uma obra que, há muito tempo, vem sendo submetida a incontáveis versões (muitas delas distorcidas), e publicadas em diversos idiomas. O tradutor, professor de filosofia, em seu estudo à obra do pensador italiano, “Maquiavel sem ideologias”, se propõe a fazer “uma leitura direta - a mais direta possível” do texto. E o que seria esta leitura direta ? Hingo Weber, enfrentando a obra em sua língua original, procura desbastar os bordões e os reducionismos que estamos acostumados a ver grudados como craca ao texto em apreço. Portanto, a escrita de O príncipe que emerge da presente tradução, não ratifica a imagem de “obra de aconselhamento e doutrinação” que certos vícios ideológicos, imiscuídos inclusive nos modos de traduzi-la, insistem em consagrar. O autor...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.