O viés confirmacional: a imersão na bolha Ronald Augusto [1] [Basquiat] Quando observamos mais de perto o processo de alguns vieses cognitivos chegamos à conclusão de que nem sempre, como gostaríamos de acreditar, sabemos bem o que se passa em nossa mente. Ainda que, o mais das vezes, tenhamos a impressão de que nossos pensamentos se encadeiam com coerência uns depois de outros e uns com os outros, a questão é que nem sempre as coisas se dão dessa maneira. No geral, as pessoas não conseguem reconstituir ou rastrear com precisão o passo a passo de como chegaram a essa ou àquela crença em particular. Esse processo mental que produz impressões, intuições e, logo depois, crenças que vão servir de base às nossas decisões acontece em nós sem que, por assim dizer, sejamos informados a respeito. Embora as razões desse processo nos escapem em muitas situações e, em consequência disso, nos levem ao cometimento de erros que poderiam ser evitados, a maioria dos nossos julgame...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.