Sopapo, um heterônimo do poeta-cancionista Richard Serraria Ronald Augusto [1] Não é exagero considerar que T. S. Eliot, com a publicação do poema The waste land , em 1921, inaugurou uma espécie particular de tradição no que diz respeito à economia dos significados que, por exemplo, os dispositivos paratextuais podem ofertar à fruição e à imaginação do leitor diante de um conjunto de poemas. Toda a série de mensagens que acompanham e ajudam a explicar determinado texto – sobrecapa, títulos, subtítulos, introdução, notas de rodapé, e assim por diante –, se constituem em formas de paratexto. Essas notas ou comentários adjacentes ao poema indicam tanto promessas de sentidos a serem conquistados como, em certa medida, servem para instaurar uma contenção ao apetite interpretativo do leitor, isto é, para além das margens desse círculo de giz, a validade de algumas leituras pode ser objeto de suspeição. As anotações ao pé do poema, redigidas pelo próprio autor, às vezes...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.