[A propósito de umas tretas que o antropólogo Antonio Risério andou publicando no FB] 1. De saída, algo que já se tornou um clássico. A testemunha negra [no caso Joel Rufino] favorável ao ponto de vista do branco [no caso Antonio Risério] que, nesta situação, pretende provar que os demais negros estão enganados ao recusarem a noção de mestiço e seu dégradé como alternativa à distinção-cisão entre negros e brancos que, há mais de 300 anos, representa ou descreve nossos conflitos étnicos fundados sobre um antiquado raciocínio de base racial. Nestas situações é conveniente que se conceda, de bom grado, autoridade e competência a alguma testemunha negra que venha, claro, abonar o ponto de vista do objetor, justamente porque a dramaticidade desse tipo de depoimento serve para reforçar a intenção de desqualificação das lutas e posições dos negros (reduzidas a mero ressentimento) contra todas as formas de racismo disfarçado. 2. O que Risério chama de “racialismo de resultado...
Ronald Augusto é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e Mestre em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade. É autor de, entre outros, Puya (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), e Decupagens Assim (2012). É colunista da revista http://www.mallarmargens.com/; e escreve quinzenalmente para http://www.sul21.com.br/jornal/colunista do site Sul21.